Fenprof acusa ministério de apresentar medidas que já existem

A Fenprof acusou hoje o Ministério da Educação de anunciar medidas que já existem e pediu à tutela que divulgue as propostas antes da reunião negocial desta semana, apelando para que esta seja em simultâneo com todos os sindicatos.

Segundo noticiou no domingo a RTP, o ministério vai levar para a mesa das negociações uma proposta no sentido de garantir a vinculação dos professores ao fim de três anos de serviço a contrato.

“O que o ministério está a dizer é o que já existe, atualmente os professores com três contratos consecutivos, anuais e em horários completos”, ficam vinculados, afirmou hoje Mário Nogueira, durante uma concentração na Praça do Rossio, em Lisboa, no âmbito do primeiro dia de greve que se realizou no distrito de Lisboa com uma “adesão superior a 90%”.

Para o secretário-geral, a novidade da medida seria se passassem a integrar todos os docentes com três contratos, independentemente do tempo de duração do contrato.

“Há professores que têm contratos de um mês, se ao fim de três meses os professores vinculam, então nós também estamos de acordo. Agora se é para manter tudo como está ou com uma ligeira alteração, então sinceramente…”, disse.

Da Praça do Rossio, Mário Nogueira fez um apelo à tutela para que envie as propostas que vai apresentar esta semana aos sindicatos.

“Não fazemos a mínima ideia, porque para termos conhecimento das propostas do ministério, tem de enviar documentos com essas propostas”, afirmou.

A Lusa também questionou o gabinete do ministro da Educação sobre os detalhes desta proposta, mas não obteve qualquer resposta até ao momento.

A plataforma sindical responsável pela greve que começou hoje gostaria também que as reuniões negociais agendadas para 18 e 20 de janeiro fossem “uma única com todos os sindicados presentes, para defender os professores a uma só voz”, disse Mário Nogueira.

O assunto mais polémico em cima da mesa das negociações é o modelo de recrutamento e colocação de professores, com os sindicatos a exigir que se mantenha o modelo de colocação com base da graduação profissional.

A Fenprof deverá reunir-se com responsáveis do ministério a 20 de janeiro e Mário Nogueira deixa o aviso: “Se no dia 20 as respostas não forem as que os professores estão a contar, a greve vai continuar e com uma adesão ainda maior do que aquela que teve até hoje”.

Segundo Mário Nogueira, a adesão à greve de professores no distrito de Lisboa é “superior a 90%” com mais de uma centena de escolas encerradas.

Centenas de docentes do distrito de Lisboa estiveram também presentes hoje de manhã na concentração na Praça do Rossio, munidos de cartazes em que se destacava a palavra “Respeito”.

A greve de professores por distritos começou hoje e prolonga-se por 18 dias.

Depois de Lisboa, na terça-feira será dia de greve em Aveiro, seguindo-se Beja, Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Leiria, Portalegre, Santarém, Setúbal, Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, terminando no Porto a 08 de fevereiro.

A greve das oito organizações sindicais realiza-se ao mesmo tempo em que decorrem outras duas paralisações: uma greve por tempo indeterminado, convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (STOP), que se iniciou em 09 de dezembro e vai manter-se, pelo menos, até ao final do mês, e uma greve parcial ao primeiro tempo de aulas convocada pelo Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE), que deverá prolongar-se até fevereiro.

No sábado, dezenas de milhares de professores e pessoal não docente saíram à rua para participar num protesto promovido pelo STOP.

As greves começaram no final do ano passado, antes do fim das aulas do primeiro período, e foram retomados no inicio do segundo período, ou seja, há duas semanas.

Últimas do País

O vento continua a condicionar hoje o movimento no Aeroporto Internacional da Madeira – Cristiano Ronaldo e nenhum avião conseguiu aterrar ou descolar, segundo a ANA- Aeroportos de Portugal.
O presidente do Governo da Madeira disse que já tinha combinado na sexta-feira com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, o envio de meios da Proteção Civil do continente para a região.
Familiares do preso político luso-venezuelano Williams Dávila, atualmente num hospital local, pediram ao Governo da Venezuela para não o enviar de novo para a cadeia, advertindo que estariam a condená-lo à morte.
A Madeira vai receber 80 elementos da Força Especial dos Bombeiros, que chegarão à região na próximas horas para ajudar no combate ao incêndio rural iniciado na quarta-feira e com várias frentes ativas, anunciou hoje o Governo Regional.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio que deflagrou na sexta-feira à tarde na zona industrial do Prior Velho e destruiu mais 200 viaturas, tendo as operações de rescaldo terminado pelas 02:00 desta madrugada.
A PSP recebeu, em menos de 10 anos, quase 3.000 denúncias relacionadas com abandono de animais de companhia e identificou mais de 1.200 suspeitos pelo mesmo crime, divulgou hoje, Dia Internacional do Animal Abandonado, esta polícia.
Cerca de 50 famílias estão hoje a receber apoio clínico, social e psicológico no Curral das Freiras, na Madeira, depois de esta noite terem sido retiradas das suas habitações devido ao incêndio que atinge a freguesia, indicou o Governo Regional.
Nove hospitais têm hoje 11 serviços de urgência encerrados, nas áreas de Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, segundo as Escalas de Urgência do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Grande parte do interior Norte e Centro do país continuam hoje em risco máximo de incêndio, assim como os municípios algarvios de Monchique, Silves, Loulé, São Brás de Alportel e Tavira, indicou o IPMA.
Quase 5.900 doentes foram internados em casa no primeiro semestre do ano, mais 19,5% comparativamente ao mesmo período do ano passado, permitindo reduzir a demora média de internamento e aliviar os hospitais em 54.135 dias de internamento.