CHEGA Açores desafia oposição a apresentar moção de censura

O deputado do CHEGA no parlamento açoriano desafiou hoje a oposição a apresentar uma moção de censura ao Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) e o executivo a apresentar uma de confiança, mas as sugestões não foram aceites.

“Deixo o desafio: os senhores, se acham que isto é um lamaçal, que é assim tão mau, apresentem uma moção de censura. Do que têm medo? Se não apresentarem, o governo que apresente uma moção de confiança”, disse José Pacheco, deputado único do CHEGA na Assembleia Legislativa Regional, numa intervenção a propósito de uma declaração política do PSD sobre a estabilidade na Educação, referindo-se ao fim da maioria absoluta dos partidos do Governo no parlamento.

Paulo Estêvão, deputado do PPM, alertou que cabe à oposição “assumir a responsabilidade de interromper um ciclo político” virtuoso, de “crescimento económico”.

Por seu lado, o secretário regional das Finanças, Duarte Freitas, afirmou que “o governo não vai lançar mais instabilidade” e “não vai apresentar uma moção de confiança”, repetindo o que já tinha sido dito na quarta-feira pelo presidente do executivo, José Manuel Bolieiro.

“O Governo teve a sua moção de confiança há três meses, com a aprovação do plano e orçamento. Temos todas as condições de prosseguir este caminho. Cumprimos – temos o endividamento zero e está em curso a privatização da SATA Internacional. A instabilidade podia provocar o fim da SATA”, afirmou Duarte Freitas.

António Lima, do BE, manifestou-se “solidário” com Delia Melo, a deputada do PSD que apresentou a declaração política a destacar a estabilidade na Educação conseguida pelo atual Governo regional, considerando que a parlamentar viu “boicotada” a intervenção.

“Toda a gente boicotou a sua declaração, até o PPM. O Governo e os partidos que o suportam boicotam o PSD de forma deselegante”, observou, para de seguida recusar o cenário “cor-de-rosa ou laranja”, traçado pela social-democrata para a Educação.

O PS, através do deputado Rodolfo Franca, criticou a visão otimista da deputada do PSD para o setor.

Sobre moções, falou também Pedro Neves, do PAN, dirigindo-se a José Pacheco para assinalar que, tendo o problema surgido do lado da maioria parlamentar, cabe ao Governo apresentar uma moção de confiança, como defendeu o líder nacional do CHEGA, André Ventura, na quarta-feira.

Na manhã de hoje no plenário da Assembleia Legislativa Regional dos Açores, dedicada ao tratamento de assuntos políticos, os partidos apresentaram ainda votos de congratulação e declarações políticas sobre os abusos sexuais na Igreja Católica (PAN) e sobre pescas (PS).

Na quarta-feira, o deputado da IL, Nuno Barata, rompeu o acordo de incidência parlamentar que tinha assinado com o PSD após as eleições de outubro de 2020, ganhas pelo PS, justificando a decisão com o incumprimento dos sociais-democratas.

Foi seguido pelo deputado independente (ex-CHEGA), Carlos Furtado, que também se desvinculou do acordo que tinha com a coligação.

Os três partidos que integram o Governo Regional (PSD, CDS-PP e PPM) têm 26 deputados na assembleia legislativa e contam agora apenas com o apoio parlamentar do deputado do CHEGA, José Pacheco, somando assim 27 lugares num total de 57, pelo que perdem a maioria absoluta. A oposição tem agora 30 deputados, quando antes tinha 28.

De acordo com o Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma dos Açores e com o Regimento da Assembleia Legislativa, o Governo Regional pode solicitar ao parlamento, por uma ou mais vezes, a aprovação de uma moção de confiança sobre a sua atuação.

Uma moção de censura ao executivo tem de ser apresentada por um quarto dos deputados em efetividade de funções ou qualquer grupo parlamentar.

A aprovação de uma moção de censura ou a rejeição de uma moção de confiança carecem de maioria absoluta dos deputados em efetividade de funções.

Implicam a demissão do Governo Regional, entre outras, a rejeição do Programa do Governo, a não aprovação de uma moção de confiança e a aprovação de uma moção de censura.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA voltou a escolher o Algarve para assinalar a sua rentrée política, que será marcada por um jantar em Olhão que contará com um discurso do presidente do partido, André Ventura.
O partido CHEGA irá realizar uma manifestação contra a imigração descontrolada e a crescente insegurança que se vive nas ruas de Portugal.
O partido CHEGA apresentou, através de um comunicado divulgado na última segunda-feira, um Projecto de resolução nº /XVI-1.ª que recomenda ao Governo que proceda com urgência à actualização da tabela de honorários dos serviços jurídicos prestados pelos advogados no âmbito do apoio judiciário.
O líder do CHEGA/Açores admitiu hoje que, caso o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) recue na prioridade no acesso às creches para filhos de pais que trabalham, votará contra o orçamento da região para 2025.
O Ministério Público abriu um inquérito relacionado com ‘e-mails’ alegadamente falsos que a presidência da República terá recebido em nome da mãe das gémeas luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal tratadas no Hospital de Santa Maria.
O CHEGA vai requerer a audição urgente da ministra da Administração Interna sobre o alegado aumento da criminalidade em Portugal, anunciou o líder do partido, que disse pretender também ouvir os presidentes das câmaras de Lisboa e Porto.
O líder do CHEGA avisou hoje que qualquer medida do Governo que aumente o preço dos combustíveis em Portugal terá a "firme oposição" do partido no Orçamento do Estado, considerando que seria errada a nível político e económico.
O presidente do CHEGA considerou hoje que o plano do Governo para a saúde falhou e que o setor atravessa um momento explosivo com notícias perturbadoras do funcionamento do sistema.

Numa carta enviada ao Presidente da Assembleia da República, o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, fez saber que não vai prestar esclarecimentos à comissão parlamentar de inquérito sobre o caso das gémeas luso-brasileiras. Numa entrevista ao canal SIC Notícias, André Ventura afirmou que “o parlamento não consegue investigar” se o Presidente da República […]

A corrida às eleições presidenciais de 2026 em Portugal já começa a ganhar forma, com três nomes de peso a destacarem-se na preferência dos eleitores: António Guterres, Pedro Passos Coelho e André Ventura.