Adesão à greve dos inspetores do SEF nos aeroportos perto dos 100%

©facebook.com/servicodeestrangeirosefronteiras

A greve dos inspetores do SEF nos aeroportos de Lisboa, Porto, Faro e Madeira regista uma adesão perto dos 100%, o que demonstra “o grau de indignação” destes trabalhadores, avançou hoje o presidente sindicato que convocou a paralisação.

“Não só em Lisboa, como todos os principais aeroportos do país, ou seja, nos postos de fronteira aérea, a adesão foi plena, foi de 100%, que é bem demonstrativo da insatisfação que as pessoas querem demonstrar perante esta situação da transição”, disse à Lusa o presidente do Sindicato dos Inspetores de Investigação, Fiscalização e Fronteiras (SIIFF), Renato Mendonça.

A primeira fase da greve no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, começou no sábado e decorreu até hoje entre as 05:00 às 10:00, decorrendo a longo do dia nos aeroportos do Porto, Faro e Madeira.

O sindicato tem novas greves marcadas para o aeroporto de Lisboa para os dias de 27 a 29 de maio, de 03 a 05 de junho, de 10 a 12 de junho, de 17 a 19 de junho e de 24 a 26 de junho, também entre as 05:00 e as 10:00.

Nos restantes aeroportos, a greve vai decorrer nos dias 29 de maio e 05, 12, 19 e 26 de junho.

Em causa está a incerteza quanto ao futuro dos inspetores do SEF depois de o Governo ter aprovado, a 06 de abril, o decreto-lei que estabelece o regime de transição dos trabalhadores do SEF na sequência do processo de reestruturação.

“A adesão plena à greve é demonstrativa do grau de indignação das pessoas, não há claramente confiança no Governo”, precisou o sindicalista, sublinhando que há “constrangimentos nas entradas” de passageiros nos aeroportos.

O presidente do SIIFF lamentou que não seja do conhecimento dos inspetores do SEF o decreto-lei que estabelece o regime de transição dos trabalhadores, documento que neste momento está na Presidência da República para ser promulgado por Marcelo Rebelo de Sousa.

“O diploma não foi apresentado, pedimos cópia e não foi concedida por parte do Governo. Gostaríamos de dar a conhecer a todos os inspetores o que lá consta. Parece estranho e bizarro esta situação acontecer, porque em muitas outras áreas, em situações similares, os diplomas sempre foram conhecidos antes da promulgação”, precisou.

Renato Mendonça disse que na base da greve dos inspetores não estão reivindicações, mas sim “receios, porque podem estar no diploma alterações substanciais” e não são conhecidas, uma vez que o Governo tem andado a adiar o processo de extinção do SEF.

“Desde o ano passado que tem andado a adiar sucessivamente todo este processo, foram dadas garantias que até ao final do primeiro trimestre estava concluído, estamos em maio e, neste momento, já se fala em outubro. Andamos aqui numa indefinição, num arrastamento para a frente de todo este processo. Isto é o que o indigna as pessoas e estamos neste processo há três anos”, frisou.

Segundo o presidente do SIIFF, esta indefinição “tem claras repercussões não só em termos pessoais, como profissionais”.

Além da transição dos trabalhadores do SEF, está também para ser promulgado o diploma relativo à criação da Agência Portuguesa para as Minorias, Migrações e Asilo (APMMA), que vai substituir o SEF em matéria administrativa relativamente aos cidadãos estrangeiros e integrar o Alto comissariado para as Migrações.

No âmbito deste processo, os inspetores do SEF vão ser transferidos para a Polícia Judiciária, enquanto os funcionários não policiais para a futura agência e para o Instituto dos Registo e do Notariado.

Esta reestruturação prevê também que os inspetores do SEF continuem a colaborar com a PSP e a GNR nos postos de fronteira aérea e marítima durante os primeiros dois anos.

Últimas do País

O vento continua a condicionar hoje o movimento no Aeroporto Internacional da Madeira – Cristiano Ronaldo e nenhum avião conseguiu aterrar ou descolar, segundo a ANA- Aeroportos de Portugal.
O presidente do Governo da Madeira disse que já tinha combinado na sexta-feira com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, o envio de meios da Proteção Civil do continente para a região.
Familiares do preso político luso-venezuelano Williams Dávila, atualmente num hospital local, pediram ao Governo da Venezuela para não o enviar de novo para a cadeia, advertindo que estariam a condená-lo à morte.
A Madeira vai receber 80 elementos da Força Especial dos Bombeiros, que chegarão à região na próximas horas para ajudar no combate ao incêndio rural iniciado na quarta-feira e com várias frentes ativas, anunciou hoje o Governo Regional.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio que deflagrou na sexta-feira à tarde na zona industrial do Prior Velho e destruiu mais 200 viaturas, tendo as operações de rescaldo terminado pelas 02:00 desta madrugada.
A PSP recebeu, em menos de 10 anos, quase 3.000 denúncias relacionadas com abandono de animais de companhia e identificou mais de 1.200 suspeitos pelo mesmo crime, divulgou hoje, Dia Internacional do Animal Abandonado, esta polícia.
Cerca de 50 famílias estão hoje a receber apoio clínico, social e psicológico no Curral das Freiras, na Madeira, depois de esta noite terem sido retiradas das suas habitações devido ao incêndio que atinge a freguesia, indicou o Governo Regional.
Nove hospitais têm hoje 11 serviços de urgência encerrados, nas áreas de Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, segundo as Escalas de Urgência do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Grande parte do interior Norte e Centro do país continuam hoje em risco máximo de incêndio, assim como os municípios algarvios de Monchique, Silves, Loulé, São Brás de Alportel e Tavira, indicou o IPMA.
Quase 5.900 doentes foram internados em casa no primeiro semestre do ano, mais 19,5% comparativamente ao mesmo período do ano passado, permitindo reduzir a demora média de internamento e aliviar os hospitais em 54.135 dias de internamento.