Netanyahu critica responsáveis pela segurança num ´tweet`que depois apaga e pede desculpa

O primeiro-ministro israelita criticou hoje os responsáveis pela segurança do seu país por terem subestimado os riscos de um grande ataque do Hamas, numa mensagem escrita na rede social X que depois apagou e o levou a pedir desculpa.

© Facebook de Benjamin Netanyahu

“Nunca, em circunstância alguma, o primeiro-ministro foi alertado para as intenções beligerantes do Hamas”, escreveu Benjamin Netanyahu na rede X (antigo Twitter).

“Todos os oficiais de segurança, incluindo o chefe dos serviços secretos militares e o chefe da segurança interna, sentiram que o Hamas tinha medo de agir e procurava um acordo. Esta é a avaliação que foi apresentada várias vezes ao primeiro-ministro e ao Conselho de Ministros por todos os oficiais de segurança e pela comunidade dos serviços secretos. Até ao momento em que a guerra rebentou”, continuou o chefe do Governo.

O tweet, que foi publicado a meio da noite após uma conferência de imprensa de Netanyahu, foi retirado de manhã e já não aparece no X, tendo sido substituído alguns minutos depois por um tweet com um pedido de desculpas.

“Eu estava errado. O que eu disse depois da conferência de imprensa não devia ter sido dito e peço desculpa. Apoio totalmente todos os responsáveis pela segurança. Apoio o chefe do Estado-Maior, os comandantes e os soldados do Tsahal (exército israelita) que estão na frente a lutar pela nossa casa. Juntos venceremos”, escreveu Netanyahu.

Na conferência de imprensa com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e Benny Gantz, membro do pequeno gabinete de guerra, o primeiro-ministro admitiu “um terrível fracasso”.

“Houve aqui um fracasso terrível e será analisado até ao fim. Prometo que não ficará pedra sobre pedra. Para já, a minha missão é salvar o país e conduzir os soldados a uma vitória total sobre o Hamas e as forças do mal”, declarou Netanyahu antes de publicar o tweet a incriminar os chefes militares.

Muitos analistas políticos em Israel acreditam que a carreira política de Netanyahu foi seriamente comprometida pela sua incapacidade de assegurar a proteção da população, um dos seus slogans eleitorais.

A gota de água para o líder do partido de direita Likud, que detém o recorde de maior mandato de um primeiro-ministro em Israel, sair poderá ser uma comissão de inquérito independente determinar a sua responsabilidade pela negligência que precedeu o massacre de 07 de outubro, que fez mais de 1.400 mortos, a maioria civis e a maior parte deles no dia do ataque do Hamas, segundo as autoridades locais.

No poder em Gaza desde 2007, o Hamas afirma que mais de 8.000 palestinianos, na maioria civis, morreram na sequência dos bombardeamentos desde o início dos conflitos.

A mensagem publicada por Netanyahu e o seu desmentido foram amplamente comentados hoje pela classe política e pelos meios de comunicação israelitas, e até o Hamas reagiu.

Últimas do mundo

A UNICEF alertou hoje para a grave situação de desnutrição aguda que se propaga rapidamente nas áreas controladas pelo Governo internacionalmente reconhecido do Iémen, com níveis “extremamente críticos” em crianças menores de cinco anos da costa ocidental.
Paetongtarn Shinawatra, filha do controverso bilionário e antigo primeiro-ministro tailandês Thaksin, foi hoje empossada como nova chefe de governo pelo rei Maha Vajiralongkorn, no final de mais uma crise política no país.
Uma organização não-governamental venezuelana denunciou que as mulheres detidas no país são constantemente sujeitas a tratamentos desumanos que vão de tortura física e psicológica à recusa de cuidados médicos adequados.
A Comissão Europeia enviou hoje um pedido de informações à Meta, ‘gigante’ tecnológica dona do Facebook e do Instagram, sobre a descontinuação do CrowdTangle, uma ferramenta para monitorizar desinformação ‘online’, questionando quais as medidas adotadas para o compensar.
A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) voltou hoje a pedir às autoridades que respeitem os direitos dos venezuelanos perante a “incerteza” dos resultados das presidenciais de julho, em que Nicolás Maduro foi reeleito, mas que a oposição contesta.
O Papa Francisco disse hoje estar muito preocupado com a situação humanitária em Gaza, e voltou a apelar para um cessar-fogo, pedindo ainda que seja seguido “o caminho da negociação para que esta tragédia termine logo”.
O número de 40 mil mortos hoje anunciado na Faixa de Gaza em dez meses de guerra com Israel representa um “marco sombrio para todo o mundo”, lamentou o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk.
A reunião promovida pelos mediadores internacionais para discutir um acordo de cessar-fogo em Gaza começa hoje em Doha, Qatar, e deverá prolongar-se durante vários dias, com a ausência do movimento islamita palestiniano Hamas.
Um ‘rocket’ caiu hoje ao largo de Telavive, de acordo com o Exército israelita, que reportou um disparo a partir da Faixa de Gaza, ataque já reivindicado pelo braço armado do Hamas palestiniano.
Três anos após o regresso dos talibãs a Cabul, o Afeganistão tem uma economia de "crescimento zero", com a população atolada na pobreza, uma crise humanitária que se agrava e sem esperança de melhoria num futuro próximo.