Economistas preveem desaceleração do crescimento da economia no 3.º trimestre

O crescimento da economia portuguesa desacelerou no terceiro trimestre, segundo os economistas consultados pela Lusa, que preveem uma expansão homóloga do PIB entre 1,7% e 2,4% e em cadeia entre 0,4% e uma contração de 0,3%.

© D.R.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta terça-feira a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, depois do crescimento homólogo de 2,5% e da estagnação em cadeia no segundo trimestre.

As previsões dos economistas apontam todas para um desempenho abaixo do registado no primeiro e segundo trimestres deste ano.

A economista-chefe do BPI, Paula Gonçalves Carvalho, prevê para um crescimento homólogo de 2,4% e em cadeia de 0,4%.

“Admitimos que no terceiro trimestre a expansão da atividade tenha moderado significativamente, para cerca de metade do crescimento trimestral observado, em média, no primeiro semestre. Ainda assim, esperamos que o maior contributo tenha derivado da procura interna, consumo, investimento, enquanto a procura externa terá enfraquecido, sobretudo quando medido o seu contributo em cadeia”, explica a economista à Lusa.

Paula Gonçalves Carvalho assinala que, “pela negativa, deverá pontuar o impacto do aumento dos juros sobre os orçamentos familiares e as empresas, e os efeitos sobre a confiança do agravamento da situação geopolítica internacional”, enquanto pela positiva deverá evidenciar-se o turismo, mas a resiliência do mercado de trabalho “terá também conferido suporte ao consumo privado”.

Por sua vez, os economistas do Santander preveem um crescimento do PIB de 2,2% em termos homólogos e de 0,2% em cadeia.

“As principais alavancas de crescimento deverão continuar a ser a procura interna, com o consumo privado a ter um contributo bastante positivo, enquanto o investimento deverá prosseguir numa trajetória de fraco crescimento face ao contexto de custos de financiamento mais elevados”, referem em declarações à Lusa.

Por outro lado, destacam que a procura externa deverá ter um contributo negativo para o crescimento em cadeia, “com as exportações a poderem ter caído mais pronunciadamente do que as importações”.

Já os economistas do Montepio estimam um crescimento homólogo de 2,1% e em cadeia de 0,1%.

“Estimamos que o crescimento em cadeia do PIB no terceiro trimestre tenha sido suportado apenas pela procura interna, com o consumo privado a dever ter subido ligeiramente, apesar do atual contexto desfavorável de elevada inflação e elevadas taxas de juro e depois da forte queda de 0,7% no segundo trimestre”, justificam em declarações à Lusa.

Preveem ainda que as exportações líquidas “terão regressado aos contributos negativos para o crescimento do PIB”, refletindo uma queda das exportações superior à das importações.

Por sua vez, o Millennium bcp aponta para um crescimento homólogo de 1,9% e uma contração em cadeia de 0,1%.

“A perda de vigor da atividade económica deverá refletir um agravamento do ritmo de queda das exportações de bens”, assinala a economista daquela instituição financeira Márcia Rodrigues, na última nota de conjuntura, considerando que, por outro lado, o consumo interno deverá apresentar uma melhoria.

As projeções do NECEP — Católica Lisbon Forecasting Lab indicam um crescimento homólogo de 1,7% e uma contração em cadeia de 0,3%.

Por sua vez, o barómetro mensal sobre conjuntura económica realizado pela CIP – Confederação Empresarial de Portugal e pelo ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão prevê uma expansão homóloga do PIB entre 1,7% e 1,9% e uma contração em cadeia entre 0,1% e 0,3%.

Inicialmente o INE divulgou um crescimento homólogo de 2,3% no segundo trimestre, mas em setembro reviu em alta de 0,2 pontos percentuais (pp.) a taxa, para 2,5%, mantendo inalterada a variação em cadeia (0,0%).

Nas previsões subjacentes à proposta do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), o Governo prevê para a totalidade deste ano uma expansão do PIB de 2,2%.

Últimas de Economia

O Banco de Portugal (BdP) está “a acompanhar” o tema das comissões no MB Way e “a avaliar os respetivos impactos”, após a Deco ter alertado para o risco de aumento dos custos associados a este serviço.
Os novos créditos ao consumo somaram 638,5 milhões de euros em junho, mais 0,3% em termos homólogos, mas 11,6% abaixo do mês anterior, anunciou hoje o Banco de Portugal (BdP).
A greve na easyJet registou na quinta-feira uma adesão de cerca de 70%, a mesma taxa que é esperada para o dia de hoje, revelou a companhia, adiantando que até ao momento as operações decorrem com normalidade.
O número de falências declaradas na União Europeia (UE) subiu 3,1% no segundo trimestre em comparação com os três primeiros meses do ano passado, principalmente na construção, atividades financeiras, comércio e indústria, foi hoje anunciado.
Mais de metade (52,8%) dos desempregados no primeiro trimestre deste ano continuava sem emprego no segundo trimestre, tendo 28,5% encontrado trabalho, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
A incubadora de empresas do Instituto Politécnico da Guarda acolhe em setembro a terceira ‘startup’ de capital americano para desenvolver uma plataforma que estabeleça correspondência entre estudantes e propostas de emprego em todo o mundo.
Os proveitos totais do setor do alojamento turístico nacional subiram 12,3% no primeiro semestre, para 2.778 milhões de euros, devido principalmente às dormidas de não residentes, que cresceram 5,8%, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O Índice de Custo do Trabalho (ICT) aumentou 7,2% no segundo trimestre em relação ao período homólogo de 2023, acelerando ligeiramente o ritmo de subida face ao primeiro trimestre (6,6%), anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O número de passageiros nos aeroportos nacionais aumentou 5,2% no primeiro semestre, para 32,9 milhões, tendo sido registados máximos históricos nos valores mensais na primeira metade do ano, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), hoje divulgados.
A taxa de inflação homóloga fixou-se nos 2,5% em julho, menos 0,3 pontos percentuais do que em junho, confirmou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).