Portugal sobe uma posição no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas

Portugal subiu uma posição no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas, ocupando o 13.º lugar na lista que avalia as políticas climáticas de 63 países e que é hoje divulgada na COP28, no Dubai.

© D.R.

Tal como nos anos anteriores, os três primeiros lugares do ‘ranking’ mantêm-se vagos, porque nenhum país está completamente alinhado com o objetivo de manter o aquecimento global dentro do limite de 1,5°C.

Portugal, ocupando a 13.ª posição no índice, ou a 10.ª em termos dos países elencados, faz parte dos países com classificação ‘alta’, destaca em comunicado a associação ambientalista Zero, assinalando que esta é a segunda classificação mais elevada do índice, sendo que a de muito alta permanece vaga.

O Índice de Desempenho das Alterações Climáticas (Climate Change Performance Índex, CCPI na sigla original), publicado pelo 19.º ano consecutivo, traduz o desempenho das políticas climáticas de cada país e no seu cálculo entram os progressos em matéria de mitigação climática de 63 países e da União Europeia, que representam 90% das emissões no mundo inteiro.

As quatro categorias avaliadas são emissões de gases com efeito de estufa (com um peso de 40%), energias renováveis (20%), uso de energia (20%) e política climática (20%).

Na lista, hoje divulgada na conferência da ONU sobre alterações climáticas (COP28), a Dinamarca, Estónia e Filipinas ocupam os lugares cimeiros e a Índia, o país mais populoso do mundo a par da China, o 7.º lugar.

O maior emissor mundial, a China, estagna em 51.º lugar, entre os países de baixo desempenho, e os Estados Unidos, o segundo maior emissor, ocupam o 57.º lugar.

A Índia, Alemanha (14.º) e a União Europeia (16.º) são os únicos três membros do G20 com classificação alta, sendo que os restantes recebem uma classificação baixa ou muito baixa, com o Canadá (62.º), Rússia (63.º), Coreia do Sul (64.º) e Arábia Saudita (67.º) nos piores lugares.

A Zero, que participou no CCPI, assinala que “o Brasil, um país do G20, subiu 15 lugares, para o 23.º lugar”, devido a “políticas climáticas mais progressistas”.

O Reino Unido desce de 11.º para 20.º lugar, devido ao Governo ter recuado em várias áreas da legislação climática, e a Polónia, em 54.º lugar, é o único país da UE com classificação muito baixa, salienta.

O anfitrião da COP28, os Emirados Árabes Unidos, está em 65.º lugar, sendo um dos países com pior desempenho.

A Zero realça que “Portugal é um país com bom desempenho no CCPI deste ano, com uma pontuação média em política climática e energias renováveis e alta em uso de energia e emissões de gases de efeito de estufa”.

Observa que, em 2021, Portugal reduziu as suas emissões em 2,8%, mas avisa que tem de “aumentar o seu esforço”.

“O presente objetivo de longo prazo de Portugal compreende a antecipação da neutralidade climática para 2045, mas na verdade o país deveria atingir a neutralidade até 2040 para estar em conformidade com o objetivo de 1,5°C do Acordo de Paris”, sublinha.

A Zero refere que Portugal pretende atingir uma quota de 80% de energia renovável na produção de eletricidade até 2026 (atualmente, é de cerca de 60% num ano normal), mas sublinha que “a energia solar descentralizada, já instalada ou projetada até 2030, está bem abaixo do desejável por comparação com a energia solar centralizada”.

Em termos de subsídios aos combustíveis fósseis, a Zero defende que o período estipulado pelo Governo de eliminá-los gradualmente até 2030 devia ser encurtado.

Considera também que “Portugal precisa de melhorar muito” os seus esforços no setor dos transportes, afirmando que as emissões do transporte rodoviário têm vindo a aumentar.

Relativamente à indústria, segundo a Lei do Clima, a Estratégia Industrial Verde deve estar pronta até fevereiro de 2024, mas a Zero diz que “não se conhecem quaisquer medidas para a preparar ou para a colocar em consulta pública”.

Para os ambientalistas, a agricultura é “outro setor preocupante”, registando “uma tendência de crescimento das emissões e um aumento do seu peso relativo nas emissões nacionais”.

Últimas do País

O vento continua a condicionar hoje o movimento no Aeroporto Internacional da Madeira – Cristiano Ronaldo e nenhum avião conseguiu aterrar ou descolar, segundo a ANA- Aeroportos de Portugal.
O presidente do Governo da Madeira disse que já tinha combinado na sexta-feira com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, o envio de meios da Proteção Civil do continente para a região.
Familiares do preso político luso-venezuelano Williams Dávila, atualmente num hospital local, pediram ao Governo da Venezuela para não o enviar de novo para a cadeia, advertindo que estariam a condená-lo à morte.
A Madeira vai receber 80 elementos da Força Especial dos Bombeiros, que chegarão à região na próximas horas para ajudar no combate ao incêndio rural iniciado na quarta-feira e com várias frentes ativas, anunciou hoje o Governo Regional.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio que deflagrou na sexta-feira à tarde na zona industrial do Prior Velho e destruiu mais 200 viaturas, tendo as operações de rescaldo terminado pelas 02:00 desta madrugada.
A PSP recebeu, em menos de 10 anos, quase 3.000 denúncias relacionadas com abandono de animais de companhia e identificou mais de 1.200 suspeitos pelo mesmo crime, divulgou hoje, Dia Internacional do Animal Abandonado, esta polícia.
Cerca de 50 famílias estão hoje a receber apoio clínico, social e psicológico no Curral das Freiras, na Madeira, depois de esta noite terem sido retiradas das suas habitações devido ao incêndio que atinge a freguesia, indicou o Governo Regional.
Nove hospitais têm hoje 11 serviços de urgência encerrados, nas áreas de Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, segundo as Escalas de Urgência do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Grande parte do interior Norte e Centro do país continuam hoje em risco máximo de incêndio, assim como os municípios algarvios de Monchique, Silves, Loulé, São Brás de Alportel e Tavira, indicou o IPMA.
Quase 5.900 doentes foram internados em casa no primeiro semestre do ano, mais 19,5% comparativamente ao mesmo período do ano passado, permitindo reduzir a demora média de internamento e aliviar os hospitais em 54.135 dias de internamento.