Ventura quer impedir regresso do PS ao poder e mantém críticas ao PSD

O CHEGA quer evitar que os socialistas regressem ao poder nos Açores, disse hoje o presidente do partido, André Ventura, sublinhando, por outro lado, que o Governo Regional liderado pelo PSD "não cumpriu" os compromissos.

© Folha Nacional

“O que é importante é que, quer nos Açores, quer a nível nacional, nós sejamos capazes de evitar que os socialistas regressem ao poder, é nisso que estamos a apostar”, afirmou aos jornalistas, à margem de uma reunião com o Sindicato Nacional de Polícia, em Ponta Delgada, no âmbito da campanha para as legislativas regionais de 04 de fevereiro.

André Ventura referiu haver “três partidos sólidos” na campanha, incluindo o CHEGA, e acrescentou que “o PS pode governar sozinho eventualmente, o PSD não conseguirá nunca governar sozinho” e “o CHEGA terá que decidir o que fazer a seguir às eleições”, na procura de uma “solução estável”.

Nas regionais de 2020, quando o PS perdeu a maioria absoluta de duas décadas, PSD, CDS-PP e PPM formaram uma coligação de governo com entendimentos parlamentares com o CHEGA e com a IL. Os liberais romperam com o acordo em março de 2023 e meses depois, juntamente com PS e BE, votaram contra o Plano e Orçamento deste ano, que acabou chumbado.

O CHEGA — que chegou a ameaçar votar contra o documento – absteve-se (tal como o PAN) e diz agora que “aprendeu com a experiência dos Açores o que é que corre mal quando o PSD governa e quando tem todo o poder na mão”.

Reiterando que o partido que lidera manteve a sua responsabilidade, André Ventura afirmou que o executivo “não cumpriu aquilo que disse em várias matérias”, como o combate à corrupção. Este continua a ser uma prioridade, tal como o apoio ao mundo rural e às famílias: “Já foram os nossos compromissos na legislatura passada e é com pena que digo que falharam quase todos”.

“A haver uma convergência, tem que ser uma convergência para levar a sério”, avisou.

Segundo o dirigente, o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro — que já pediu maioria absoluta para a coligação -, percebeu que “o crescimento do CHEGA está para ficar e que não vai conseguir condicionar o eleitorado”.

“Inteligentemente já está a dizer que o povo é soberano, que é o mesmo que dizer ‘se o povo der essa força ao CHEGA, não sou eu que vou retirar’. É uma atitude mais inteligente do que a de Luís Montenegro, que devia ter aprendido alguma coisa com José Manuel Bolieiro”, comentou, numa referência ao líder nacional do PSD e às legislativas nacionais de 10 de março.

Ao lado do líder regional e cabeça de lista pelos círculos de São Miguel e da compensação, José Pacheco, André Ventura assumiu que espera ter “um forte grupo parlamentar” no arquipélago e “muita força a seguir às eleições”, procurando melhorar a região.

Em menos de um ano após as legislativas regionais de 2020, um dos dois deputados que o CHEGA tinha conseguido eleger — Carlos Furtado, anterior líder do partido no arquipélago — tornou-se independente, em rutura com a estrutura nacional.

Carlos Furtado é este ano cabeça de lista pelo JPP, que se estreia nas eleições açorianas.

Para a tarde a candidatura do CHEGA tinha marcado uma ação de rua no concelho do Nordeste, entretanto cancelada devido ao mau tempo na ilha de São Miguel.

O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano.

Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, CHEGA, BE, PS, JPP e Livre.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA voltou a escolher o Algarve para assinalar a sua rentrée política, que será marcada por um jantar em Olhão que contará com um discurso do presidente do partido, André Ventura.
O partido CHEGA irá realizar uma manifestação contra a imigração descontrolada e a crescente insegurança que se vive nas ruas de Portugal.
O partido CHEGA apresentou, através de um comunicado divulgado na última segunda-feira, um Projecto de resolução nº /XVI-1.ª que recomenda ao Governo que proceda com urgência à actualização da tabela de honorários dos serviços jurídicos prestados pelos advogados no âmbito do apoio judiciário.
O líder do CHEGA/Açores admitiu hoje que, caso o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) recue na prioridade no acesso às creches para filhos de pais que trabalham, votará contra o orçamento da região para 2025.
O Ministério Público abriu um inquérito relacionado com ‘e-mails’ alegadamente falsos que a presidência da República terá recebido em nome da mãe das gémeas luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal tratadas no Hospital de Santa Maria.
O CHEGA vai requerer a audição urgente da ministra da Administração Interna sobre o alegado aumento da criminalidade em Portugal, anunciou o líder do partido, que disse pretender também ouvir os presidentes das câmaras de Lisboa e Porto.
O líder do CHEGA avisou hoje que qualquer medida do Governo que aumente o preço dos combustíveis em Portugal terá a "firme oposição" do partido no Orçamento do Estado, considerando que seria errada a nível político e económico.
O presidente do CHEGA considerou hoje que o plano do Governo para a saúde falhou e que o setor atravessa um momento explosivo com notícias perturbadoras do funcionamento do sistema.

Numa carta enviada ao Presidente da Assembleia da República, o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, fez saber que não vai prestar esclarecimentos à comissão parlamentar de inquérito sobre o caso das gémeas luso-brasileiras. Numa entrevista ao canal SIC Notícias, André Ventura afirmou que “o parlamento não consegue investigar” se o Presidente da República […]

A corrida às eleições presidenciais de 2026 em Portugal já começa a ganhar forma, com três nomes de peso a destacarem-se na preferência dos eleitores: António Guterres, Pedro Passos Coelho e André Ventura.