Embaixador critica apoio à ONU na Palestina e fala em “atividades de terror”

O embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira, criticou hoje o financiamento dado à Agência das Nações Unidas de Apoio aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA), cujos membros disse estarem envolvidos em atividades de terror.

© D.R.

 

“Há outras formas de apoiar os palestinianos em Gaza, em vez de financiar um organismo cujos membros estão envolvidos em atividades de terror e incitamento […]. A UNRWA é uma parte do problema e não a solução”, apontou Dor Shapira, através de uma publicação na rede social X (antigo Twitter).

O embaixador de Israel em Portugal sublinhou que “muitos países suspenderam o seu financiamento” a esta agência, estando a trabalhar para encontrar “formas mais produtivas e úteis” para ajudar os palestinianos.

Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou que Portugal vai fazer uma contribuição adicional de um milhão de euros para a UNRWA.

João Gomes Cravinho anunciou a contribuição extraordinária depois de uma reunião com Philippe Lazzarini, responsável pela agência das Nações Unidas que apoia os refugiados palestinianos, numa altura em que vários países, incluindo Estados-membros da União Europeia (UE), comunicaram a suspensão das contribuições, por causa do alegado envolvimento de alguns elementos da organização nos ataques perpetrados pelo grupo islamita palestiniano Hamas no sul de Israel em outubro do ano passado.

Já hoje, o alto-representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros considerou que haver três abordagens distintas entre os países da UE sobre as doações à agência das Nações Unidas para os palestinianos enfraquece o bloco comunitário.

“Vamos discutir como é que podemos agir de uma maneira coordenada. Alguns Estados-membros reagiram aumentando o apoio à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA), não cortaram, aumentaram! Outros disseram que continuariam a apoiá-la mas que iam aguardar para ver [as conclusões do inquérito] e outros cortaram”, disse Josep Borrell à entrada para uma reunião informal de ministros com a pasta da diplomacia, em Bruxelas.

“Estas abordagens distintas para um problema que é crítico não são boas para a União Europeia. Precisamos de uma posição comum e vou discuti-la hoje”, completou o alto-representante para os Negócios Estrangeiros.

Josep Borrell criticou a postura de Israel na incursão militar que começou em outubro na Faixa de Gaza, por encaminhar a população palestiniana para zonas alegadamente seguras, mas estar a bombardear indiscriminadamente o território.

Alemanha e França estão entre os países da UE que anunciaram a suspensão das contribuições para a UNRWA.

Últimas do mundo

A UNICEF alertou hoje para a grave situação de desnutrição aguda que se propaga rapidamente nas áreas controladas pelo Governo internacionalmente reconhecido do Iémen, com níveis “extremamente críticos” em crianças menores de cinco anos da costa ocidental.
Paetongtarn Shinawatra, filha do controverso bilionário e antigo primeiro-ministro tailandês Thaksin, foi hoje empossada como nova chefe de governo pelo rei Maha Vajiralongkorn, no final de mais uma crise política no país.
Uma organização não-governamental venezuelana denunciou que as mulheres detidas no país são constantemente sujeitas a tratamentos desumanos que vão de tortura física e psicológica à recusa de cuidados médicos adequados.
A Comissão Europeia enviou hoje um pedido de informações à Meta, ‘gigante’ tecnológica dona do Facebook e do Instagram, sobre a descontinuação do CrowdTangle, uma ferramenta para monitorizar desinformação ‘online’, questionando quais as medidas adotadas para o compensar.
A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) voltou hoje a pedir às autoridades que respeitem os direitos dos venezuelanos perante a “incerteza” dos resultados das presidenciais de julho, em que Nicolás Maduro foi reeleito, mas que a oposição contesta.
O Papa Francisco disse hoje estar muito preocupado com a situação humanitária em Gaza, e voltou a apelar para um cessar-fogo, pedindo ainda que seja seguido “o caminho da negociação para que esta tragédia termine logo”.
O número de 40 mil mortos hoje anunciado na Faixa de Gaza em dez meses de guerra com Israel representa um “marco sombrio para todo o mundo”, lamentou o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk.
A reunião promovida pelos mediadores internacionais para discutir um acordo de cessar-fogo em Gaza começa hoje em Doha, Qatar, e deverá prolongar-se durante vários dias, com a ausência do movimento islamita palestiniano Hamas.
Um ‘rocket’ caiu hoje ao largo de Telavive, de acordo com o Exército israelita, que reportou um disparo a partir da Faixa de Gaza, ataque já reivindicado pelo braço armado do Hamas palestiniano.
Três anos após o regresso dos talibãs a Cabul, o Afeganistão tem uma economia de "crescimento zero", com a população atolada na pobreza, uma crise humanitária que se agrava e sem esperança de melhoria num futuro próximo.