Wilders nomeia dois novos mediadores para negociar coligação de Governo neerlandesa

O parlamento neerlandês nomeou hoje dois novos intermediários para liderar a próxima ronda negocial para formar uma coligação de Governo, quatro meses após o partido anti-imigração dirigido por Geert Wilders ter ganhado as legislativas nos Países Baixos.

© Facebook de Geert Wilders

A nomeação do economista e ex-deputado Elbert Dijkgraaf e de Richard van Zwol, um antigo funcionário público de topo que agora faz parte de um painel consultivo para a formação de um Governo, abre caminho a uma nova fase de negociações governamentais.

Quatro partidos – o Partido da Liberdade, de Wilders, o Partido Popular para a Liberdade e a Democracia, de centro-direita, o reformista Novo Contrato Social e o populista pró-agricultura Movimento Popular dos Lavradores – estão a tentar formar aquilo a que chamam um “executivo programático”, composto por políticos e especialistas de fora da esfera política.

Juntos, os partidos detêm 88 dos 150 assentos da câmara baixa do parlamento neerlandês.

Falando num debate parlamentar, Wilders disse aos deputados que as conversações “começarão finalmente a negociar sobre políticas para formar um novo Governo” e que a última ronda de negociações levará no máximo oito semanas.

O vencedor das eleições legislativas dos Países Baixos, cujo partido não obteve maioria para governar sozinho, prometeu que o novo executivo vai “atacar os grandes problemas com que o país se confronta”.

Um dos outros líderes partidários que se sentarão à mesa negocial, Pieter Omtzigt, do Novo Contrato Social, emitiu um sinal de cautela mesmo antes do início das conversações.

“Não serão negociações fáceis”, comentou com os outros deputados.

Embora o seu partido tenha conquistado a maioria dos mandatos parlamentares no escrutínio, Wilders admitiu na semana passada que não tem o apoio dos seus potenciais parceiros de coligação para se tornar primeiro-ministro.

Mesmo assim, com o seu forte resultado eleitoral e as sondagens que indicam que o seu apoio aumentou desde a vitória de 22 de novembro do ano passado, o partido de Wilders continuará a ser a força motriz do próximo Governo do país, apesar de ele ter declarado não ser ainda claro quem virá a chefiá-lo.

Num cenário político polarizado, a direita populista tem vindo a crescer há anos na Europa, mas a vitória eleitoral de Wilders não deixou de ser um choque para os Países Baixos e não só.

No passado, Wilders defendeu a proibição das mesquitas, das escolas islâmicas e do Corão, mas, em janeiro, numa concessão aos seus potenciais parceiros de coligação, retirou o projeto de lei para efetivar tal proibição.

Últimas de Política Internacional

Milhares de venezuelanos saíram às ruas em várias cidades do continente americano para pressionar o Conselho Nacional Eleitoral, que declarou a vitória de Nicolás Maduro nas presidenciais, a divulguar as atas eleitorais de 28 de julho.
A Croácia vai reintroduzir o serviço militar obrigatório de dois meses a partir de 01 de janeiro de 2025, anunciou hoje o ministro da Defesa croata, Ivan Anusic.
O candidato republicano Donald Trump prometeu na quarta-feira que, se ganhar as eleições presidenciais em novembro, vai atacar a inflação, fazer crescer a economia e reduzir as despesas com energia a metade.
A Itália, na qualidade de presidência em exercício do G7, vai apresentar em setembro à ONU um projeto de reconstrução global para Gaza com vista ao “nascimento de um Estado palestiniano”, revelou o chefe da diplomacia italiana.
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, anunciou hoje que vai abandonar a liderança do Partido Democrático Liberal (PDL), no poder, o que significará o fim do mandato.
O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos manifestou-se hoje preocupado com as detenções arbitrárias na Venezuela em protestos contra os resultados das eleições presidenciais e com “o clima de medo” vivido no país.
O porta-voz do candidato republicano à presidência dos EUA acusou a UE de tentar interferir nas eleições norte-americanas, depois de Bruxelas advertir que monitoriza a disseminação de mensagens de ódio na X (antigo Twitter).
O milionário Elon Musk afirmou que a entrevista com o ex-presidente norte-americano Donald Trump na rede social X (antigo Twitter) começou com um atraso de 45 minutos devido a um "ataque cibernético maciço".
O secretário da Defesa dos EUA ordenou o acelerar do destacamento de um porta-aviões para o Médio Oriente, onde aumentam os receios de um alastramento regional da guerra entre Israel e o Hamas.
O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, reiterou hoje a condenação “enérgica” da China ao recente assassínio, no Irão, do líder político do Hamas, que descreveu como uma “grave violação da soberania iraniana”.