EUA criticam “negociatas corruptas” entre Coreia do Norte e Rússia após veto na ONU

A diplomacia norte-americana criticou hoje o veto russo a uma resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre monitorização das sanções à Coreia do Norte, denunciando "negociatas corruptas" entre os dois países, particularmente em matéria de armamento.

© Facebook da ONU

 

“As ações de hoje da Rússia minaram cinicamente a paz e a segurança internacionais, tudo para promover negociatas corruptas que Moscovo firmou com a Coreia do Norte”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em conferência de imprensa.

A Rússia vetou hoje, pela primeira vez em 14 anos, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que prolongaria até 2025 o mandato do painel de peritos que auxilia o comité de sanções para a Coreia do Norte.

A resolução, redigida pelos Estados Unidos, recebeu 13 votos a favor, a abstenção da China e o voto contra da Rússia, que como membro permanente do Conselho de Segurança tem o poder de bloquear um projeto de resolução.

O projeto visava estender o mandato do painel de peritos até 30 de abril de 2025 e solicitava aos especialistas que apresentassem de forma confidencial o seu relatório intercalar ao Conselho.

A resolução não altera o regime de sanções a Pyongyang, que permanece em vigor e que está relacionado, sobretudo, com o seu programa nuclear.

Desde 2019, a Rússia e a China apelam ao Conselho para o alívio destas sanções, que não têm data para terminar.

Neste contexto, a Rússia considera que o painel de peritos, cujos relatórios se referem ao assunto, já não tem razão de existir, concentrando-se em questões  “irrelevantes” e “desligadas da realidade” face aos problemas que a península enfrenta.

Por conseguinte, Moscovo propôs ao Conselho uma reavaliação anual das sanções, proposta que não foi acolhida pela maioria dos Estados-membros do Conselho.

No seu último relatório, no início de março, o painel de peritos sublinhou que a Coreia do Norte continuou a “desprezar as sanções do Conselho de Segurança”, nomeadamente desenvolvendo o seu programa nuclear, lançando mísseis balísticos, violando sanções marítimas e limites às importações de petróleo.

Indicou também que começou a investigar “informações provenientes dos Estados-membros sobre o fornecimento pela Coreia do Norte de armas e munições convencionais” a outros Estados, em violação das sanções, em particular à Rússia para a guerra na Ucrânia.

“Este veto não demonstra preocupação com o povo norte-coreano ou com a eficácia das sanções. Trata-se de a Rússia ganhar a liberdade de fugir e violar sanções em busca de armas para utilizar contra a Ucrânia. Este painel, através do seu trabalho para expor o incumprimento das sanções, foi um inconveniente para a Rússia”, avaliou a embaixadora britânica junto da ONU, Barbara Woodward.

A China, embora abstendo-se, apoiou as exigências russas de reavaliação das sanções.

“As sanções não devem ser imutáveis ou ilimitadas”, defendeu o vice-embaixador chinês Geng Shuang, afirmando que elas “exacerbaram as tensões” na península e tiveram um impacto “negativo” na situação humanitária do país.

Últimas de Política Internacional

Milhares de venezuelanos saíram às ruas em várias cidades do continente americano para pressionar o Conselho Nacional Eleitoral, que declarou a vitória de Nicolás Maduro nas presidenciais, a divulguar as atas eleitorais de 28 de julho.
A Croácia vai reintroduzir o serviço militar obrigatório de dois meses a partir de 01 de janeiro de 2025, anunciou hoje o ministro da Defesa croata, Ivan Anusic.
O candidato republicano Donald Trump prometeu na quarta-feira que, se ganhar as eleições presidenciais em novembro, vai atacar a inflação, fazer crescer a economia e reduzir as despesas com energia a metade.
A Itália, na qualidade de presidência em exercício do G7, vai apresentar em setembro à ONU um projeto de reconstrução global para Gaza com vista ao “nascimento de um Estado palestiniano”, revelou o chefe da diplomacia italiana.
O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, anunciou hoje que vai abandonar a liderança do Partido Democrático Liberal (PDL), no poder, o que significará o fim do mandato.
O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos manifestou-se hoje preocupado com as detenções arbitrárias na Venezuela em protestos contra os resultados das eleições presidenciais e com “o clima de medo” vivido no país.
O porta-voz do candidato republicano à presidência dos EUA acusou a UE de tentar interferir nas eleições norte-americanas, depois de Bruxelas advertir que monitoriza a disseminação de mensagens de ódio na X (antigo Twitter).
O milionário Elon Musk afirmou que a entrevista com o ex-presidente norte-americano Donald Trump na rede social X (antigo Twitter) começou com um atraso de 45 minutos devido a um "ataque cibernético maciço".
O secretário da Defesa dos EUA ordenou o acelerar do destacamento de um porta-aviões para o Médio Oriente, onde aumentam os receios de um alastramento regional da guerra entre Israel e o Hamas.
O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, reiterou hoje a condenação “enérgica” da China ao recente assassínio, no Irão, do líder político do Hamas, que descreveu como uma “grave violação da soberania iraniana”.