Francisco Rodrigues dos Santos admite desfiliação e critica “clubinho privado de portas fechadas à renovação”

O antigo presidente do CDS-PP Francisco Rodrigues dos Santos admitiu hoje desfiliar-se do partido que liderou entre 2020 e 2022, considerando que este se transformou “num clubinho privado de portas fechadas à renovação”.

© Facebook de Francisco Rodrigues dos Santos

 

Esta posição foi defendida pelo anterior líder dos centristas num painel de comentário na CNN Portugal, na noite de sábado, ao mesmo tempo que decorria em Viseu o 31.º Congresso do CDS-PP.

“Eu confesso que estou a testar os meus limites para conseguir sustentar a minha filiação no partido, não sei se conseguirei, por isso esta auto-reflexão impunha-se com um distanciamento importante para decisões mais definitivas”, salientou.

Francisco Rodrigues dos Santos começou por considerar como “pontos fortes” o regresso do CDS-PP ao parlamento e ao Governo, acontecimento que classificou como “um sinal de vitalidade” e de que o partido “conseguiu renascer qual fénix no panorama político nacional”.

O partido perdeu representação parlamentar pela primeira vez na sua história nas legislativas de 2022, altura em que Francisco Rodrigues dos Santos era líder e se demitiu na sequência desse resultado eleitoral.

Na opinião do anterior líder, os centristas têm agora a sua “bala de prata”, com deputados e governantes, tendo a possibilidade de “verdadeiramente influenciar a governação”.

“Agora, os pontos fracos. Existe uma perceção generalizada que o CDS se transformou num clubinho privado de portas fechadas à renovação”, criticou.

Para Francisco Rodrigues dos Santos, o CDS “deve assumir-se como um partido de futuro e a renovação em qualquer organismo é fundamental para assegurar a integridade física e vital de qualquer instituto”.

“As instituições que vivem quer de quadros antigos, quer de História, não são partidos políticos, são museus, e esta perceção o CDS tem que conseguir combater”, apelou.

O centrista frisou que o partido “é democrata-cristão e não democrata-ancião” e considerou que “deve relançar-se e ter capacidade de apresentar novos protagonistas ao país”.

“Ouvi hoje o presidente do CDS [Nuno Melo] dizer que o CDS tem que afinar o discurso para as mulheres e para os jovens. A média de idades dos representantes políticos nos órgãos de soberania do CDS é de 58 anos e tem zero mulheres”, lamentou.

Francisco Rodrigues dos Santos mencionou ainda “a competitividade do CDS à direita” como um ponto fraco.

“Creio que muitos portugueses se perguntam qual é a assinatura do CDS neste programa de Governo e já antes qual tinha sido o seu impacto no programa eleitoral da Aliança Democrática. O CDS nunca negociou lugares sempre quis impor valores, ideias e projetos políticos ao país. Hoje essas bandeiras cabe que sejam afirmadas de forma inequívoca e clara no seio da governação”, considerou.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA voltou a escolher o Algarve para assinalar a sua rentrée política, que será marcada por um jantar em Olhão que contará com um discurso do presidente do partido, André Ventura.
O partido CHEGA irá realizar uma manifestação contra a imigração descontrolada e a crescente insegurança que se vive nas ruas de Portugal.
O partido CHEGA apresentou, através de um comunicado divulgado na última segunda-feira, um Projecto de resolução nº /XVI-1.ª que recomenda ao Governo que proceda com urgência à actualização da tabela de honorários dos serviços jurídicos prestados pelos advogados no âmbito do apoio judiciário.
O líder do CHEGA/Açores admitiu hoje que, caso o Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) recue na prioridade no acesso às creches para filhos de pais que trabalham, votará contra o orçamento da região para 2025.
O Ministério Público abriu um inquérito relacionado com ‘e-mails’ alegadamente falsos que a presidência da República terá recebido em nome da mãe das gémeas luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal tratadas no Hospital de Santa Maria.
O CHEGA vai requerer a audição urgente da ministra da Administração Interna sobre o alegado aumento da criminalidade em Portugal, anunciou o líder do partido, que disse pretender também ouvir os presidentes das câmaras de Lisboa e Porto.
O líder do CHEGA avisou hoje que qualquer medida do Governo que aumente o preço dos combustíveis em Portugal terá a "firme oposição" do partido no Orçamento do Estado, considerando que seria errada a nível político e económico.
O presidente do CHEGA considerou hoje que o plano do Governo para a saúde falhou e que o setor atravessa um momento explosivo com notícias perturbadoras do funcionamento do sistema.

Numa carta enviada ao Presidente da Assembleia da República, o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, fez saber que não vai prestar esclarecimentos à comissão parlamentar de inquérito sobre o caso das gémeas luso-brasileiras. Numa entrevista ao canal SIC Notícias, André Ventura afirmou que “o parlamento não consegue investigar” se o Presidente da República […]

A corrida às eleições presidenciais de 2026 em Portugal já começa a ganhar forma, com três nomes de peso a destacarem-se na preferência dos eleitores: António Guterres, Pedro Passos Coelho e André Ventura.