Polícias forçados a deixar profissão por falta de reconhecimento

Nos últimos cinco anos, 550 polícias abandonaram a GNR e a PSP para integrar organismos internacionais, como a Frontex, ingressar na Polícia Judiciária (PJ) ou até mesmo abraçar novas profissões.

© Instagram PSP

A notícia avançada pelo Jornal de Notícias (JN) revela que os baixos salários e a desmotivação são os principais motivos que forçam dezenas de polícias a sair da GNR e da PSP.

Paulo Santos afirma que, neste momento, “A PSP não tem atratividade para chamar jovens. Os salários são baixos e os jovens não querem concorrer. Outro problema é a fuga de quadros. Está a acontecer um fenómeno que, não sendo novo, está a ter muito mais reflexo nos oficiais, algo que antigamente não se via tanto”, completou. “Por fim, a questão do envelhecimento e do barramento das saídas. Porque, como não há entradas, não pode haver saídas”.

Ao Notícias ao Minuto, Paulo Santos, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, afirmou que se tem “constatado diariamente uma vontade expressa de muitos profissionais, agentes, chefes e oficiais que querem sair da instituição”. Acrescentando ainda que os polícias “saem porque não se revêem na forma como a carreira é vista pelo poder político, ou porque não se sentem reconhecidos e estão cada vez mais cansados pelo que o serviço lhes impõe”.

Num debate agendado pelo CHEGA, a Assembleia da República debateu, no início do mês, as propostas apresentadas pelos partidos políticos para as forças de segurança.

Mesmo com centenas de agentes a assistir ao debate, dentro e fora das galerias da Assembleia, PS, PSD e CDS votaram contra a proposta que determinava a atribuição do suplemento de missão.

“O CHEGA tem sete projetos e o Governo tem zero. Passaram três meses que são Governo e têm zero projetos para apresentar às nossas forças de segurança”, afirmou André Ventura neste debate.

Nas negociações entre sindicatos das polícias e a Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, o Governo não colocou “nem mais um cêntimo”, legitimando assim o sentimento destes polícias que abandonam, cada vez mais, as instituições.

No debate sobre o Estado da Nação, o líder parlamentar do CHEGA, Pedro Pinto, confrontou o governo com a perpetuação das más condições de trabalho das forças de segurança e as agressões e humilhações a que são submetidas, afirmando que Luís Montenegro em campanha eleitoral “prometeu a justa reivindicação da PSP e GNR para que haja uma equiparação ao suplemento de missão já atribuído à Polícia Judiciária”. Concluindo que, depois das negociações, “palavra dada não foi palavra honrada, porque esse acordo não serviu às nossas forças de segurança”.

Margarida Blasco, a ministra que promete “retirar a fruta podre” da polícia, acordou em dar mais 200 euros já a partir do mês de julho. No entanto, Pedro Pinto afirmou, neste debate, que tal “não é verdade, porque no recibo de vencimento do próximo mês vão estar 104 euros” e que “não podemos falar num vencimento bruto”, deixando ao primeiro-ministro o desafio de “dar dignidade e resolver este problema das forças de segurança”.

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