Reembolsos antecipados de crédito à habitação ascenderam a 6.600 milhões

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Os reembolsos antecipados de crédito à habitação subiram em 2022, tendo os clientes pago antecipadamente 6.600 milhões de euros, mais 15% do que em 2021, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).

Segundo o regulador e supervisor bancário, no ano passado, houve 141.952 reembolsos antecipados em contratos de crédito à habitação, num montante de cerca de 6.600 milhões de euros, mais 15,1% do que no ano anterior, e “o aumento foi mais acentuado na segunda metade do ano”.

As famílias decidiram reembolsar antecipadamente o crédito (parcial ou totalmente) face ao período de aumento das taxas de juro de referência, que faz aumentar o preço do empréstimo e logo a prestação mensal, e aproveitando o início do período de suspensão temporária da penalização por reembolso antecipado.

Também as renegociações de créditos aumentaram, neste caso 17,4%, tendo o montante renegociado aumentado 38,4%.

“Foram realizadas 41.332 renegociações, abrangendo 39.417 contratos de crédito à habitação e um montante total renegociado de aproximadamente 4.200 milhões de euros”, refere o BdP no Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito, referente a 2022.

Em 2022, o montante concedido de crédito à habitação aumentou 6,8%, abaixo do crescimento de 36,4% de 2021, mas ainda assim acima dos níveis registados antes da crise da covid-19.

O montante de crédito à habitação concedido foi desacelerando ao longo dos trimestres, segundo o BdP, e no último trimestre de 2022 acabou mesmo por cair 14,2%, com o abrandamento do crédito a acompanhar o contexto de subida significativa das taxas de referência Euribor.

No ano passado, em média, foram feitos 9.644 contratos de crédito à habitação por mês, tendo o crédito total concedido sido de 1.313 milhões de euros.

O montante médio por contrato de crédito à habitação foi de 136.143 euros, mais 7,5% do que em 2021.

No final de 2022, os bancos tinham em carteira cerca de 1,5 milhões de contratos de crédito à habitação (mais 4,5% que no ano anterior), o que correspondia a um saldo em dívida de 100,9 mil milhões de euros (mais 6,4%).

O prazo médio dos novos contratos diminuiu de 32,9 para 31,8 anos, enquanto nos contratos em carteira dos bancos o prazo médio aumentou ligeiramente (de 33,5 anos para 33,6 anos).

Em 2022, 80,8% dos contratos de crédito à habitação tinham taxa variável, ainda assim abaixo dos 84,9% de 2021. Já a taxa mista aumentou, de 10% dos contratos em 2021 para 12,3% em 2022, assim como a taxa fixa de 5,1% para 6,4%.

O ‘spread’ (margem de lucro comercial) médio dos novos contratos com taxa variável voltou a diminuir ligeiramente, fixando-se em 1,09 pontos percentuais (1,14 em 2021).

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