PM israelita reúne-se com representantes das famílias dos reféns do Hamas

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reuniu-se hoje com representantes das famílias de 15 reféns do Hamas, num momento de forte contestação contra a gestão da ofensiva militar conduzida pelas forças israelitas na Faixa de Gaza.

© Facebook Israel Reports

Segundo informações recolhidas pelo jornal israelita ‘Haaretz’, o encontro contou com a presença de dois representantes de cada uma das famílias dos reféns. Até ao momento, não foram divulgados mais pormenores sobre a reunião.

Pouco antes desta reunião, dezenas de manifestantes tentaram bloquear a entrada do parlamento israelita para exigir a convocação de eleições. Durante a ação, os manifestantes chamaram os membros da coligação governamental liderada por Netanyahu de “traidores” por terem “abandonado os reféns”.

Posteriormente, agentes policiais intervieram para retirar os manifestantes à força, no meio de gritos que descreviam a polícia como “criminosos” que “destruíram o país”, segundo noticiou jornal The Times of Israel.

Também hoje dezenas de familiares de reféns ainda detidos pelo Hamas na Faixa de Gaza invadiram uma reunião da Comissão de Finanças do parlamento israelita para exigir ações concretas que levem à libertação dos cativos.

“Não vão ficar aqui sentados enquanto eles estão a morrer lá!”, gritaram os manifestantes quando entraram na reunião parlamentar, um dia depois de Netanyahu ter rejeitado um acordo com o Hamas para a libertação dos reféns, que descreveu como uma “rendição”.

“Desmantelaram o Governo por causa do ‘hametz’, mas não o estão a fazer (pelos reféns)”, disseram outros, depois de interromperem a reunião parlamentar.

Os manifestantes estavam a referir-se à demissão de vários ministros após uma disputa sobre um tipo de pão entregue aos hospitais na Páscoa judaica – os hebreus estão proibidos de comer alimentos fermentados durante esta festividade -, que acabou por levar à queda do Governo.

O presidente da comissão parlamentar, Moshe Gafni, disse que “deixar cair a coligação não vai ajudar”, acrescentando, no entanto, que “compreende” a dor dos manifestantes.

O primeiro-ministro tem sido criticado por alguns políticos e pela opinião pública israelita pela sua recusa em reconhecer a responsabilidade pelas falhas de segurança durante os ataques do Hamas, algo que outros altos funcionários e mesmo antigos responsáveis da segurança e do executivo israelita já fizeram.

A atual guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita no sul do território israelita, que matou cerca de 1.200 pessoas e fez mais de 200 reféns (dos quais mais de 100 permanecem em Gaza), em 07 de outubro.

Em retaliação, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma ofensiva aérea e terrestre que tem provocado um elevado nível de destruição de infraestruturas na Faixa de Gaza.

A ofensiva israelita já matou mais de 25 mil pessoas na Faixa de Gaza e feriu mais de 60 mil, segundo os números mais recentes divulgadas pelas autoridades do enclave, controladas pelo Hamas.

Últimas do mundo

A UNICEF alertou hoje para a grave situação de desnutrição aguda que se propaga rapidamente nas áreas controladas pelo Governo internacionalmente reconhecido do Iémen, com níveis “extremamente críticos” em crianças menores de cinco anos da costa ocidental.
Paetongtarn Shinawatra, filha do controverso bilionário e antigo primeiro-ministro tailandês Thaksin, foi hoje empossada como nova chefe de governo pelo rei Maha Vajiralongkorn, no final de mais uma crise política no país.
Uma organização não-governamental venezuelana denunciou que as mulheres detidas no país são constantemente sujeitas a tratamentos desumanos que vão de tortura física e psicológica à recusa de cuidados médicos adequados.
A Comissão Europeia enviou hoje um pedido de informações à Meta, ‘gigante’ tecnológica dona do Facebook e do Instagram, sobre a descontinuação do CrowdTangle, uma ferramenta para monitorizar desinformação ‘online’, questionando quais as medidas adotadas para o compensar.
A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) voltou hoje a pedir às autoridades que respeitem os direitos dos venezuelanos perante a “incerteza” dos resultados das presidenciais de julho, em que Nicolás Maduro foi reeleito, mas que a oposição contesta.
O Papa Francisco disse hoje estar muito preocupado com a situação humanitária em Gaza, e voltou a apelar para um cessar-fogo, pedindo ainda que seja seguido “o caminho da negociação para que esta tragédia termine logo”.
O número de 40 mil mortos hoje anunciado na Faixa de Gaza em dez meses de guerra com Israel representa um “marco sombrio para todo o mundo”, lamentou o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk.
A reunião promovida pelos mediadores internacionais para discutir um acordo de cessar-fogo em Gaza começa hoje em Doha, Qatar, e deverá prolongar-se durante vários dias, com a ausência do movimento islamita palestiniano Hamas.
Um ‘rocket’ caiu hoje ao largo de Telavive, de acordo com o Exército israelita, que reportou um disparo a partir da Faixa de Gaza, ataque já reivindicado pelo braço armado do Hamas palestiniano.
Três anos após o regresso dos talibãs a Cabul, o Afeganistão tem uma economia de "crescimento zero", com a população atolada na pobreza, uma crise humanitária que se agrava e sem esperança de melhoria num futuro próximo.