Relatório conclui que incêndio no hospital de Ponta Delgada teve origem nas baterias dos condensadores

O incêndio que deflagrou no início de maio no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), nos Açores, teve origem nas baterias dos condensadores, segundo o primeiro relatório técnico, revelou hoje a secretária regional da Saúde.

© Facebook

“Tal como foi afirmado por mim na semana após o incêndio, e confirmado por este relatório, a origem do incêndio está associada a falência de equipamentos, nomeadamente nas baterias dos condensadores existentes no compartimento técnico por baixo do grupo de geradores, localizado no piso 1 do hospital. Aguardamos o relatório técnico detalhado, que carece de uma maior densificação técnica”, adiantou a titular da pasta da Saúde nos Açores, Mónica Seidi, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira.

Segundo a governante, o relatório técnico de averiguação das causas do incêndio, solicitado ao conselho diretivo dos Açores da Ordem dos Engenheiros, foi entregue “no início da semana passada”, mas o conselho de administração do hospital aguarda ainda por um “relatório detalhado”.

“Não obstante estarem extraídas as conclusões, estas ainda se encontram em fase de fundamentação técnica escrita”, explicou.

O relatório técnico “resultou de visitas ao local do incêndio, da audição de trabalhadores e da análise de documentação solicitada pelos peritos”.

Mónica Seidi disse que o documento já entregue apresenta as conclusões e faz recomendações ao conselho de administração e “uma sugestão ao Governo Regional quanto às necessárias medidas a adotar”.

No entanto, a tutela decidiu não tornar público o documento, neste momento, uma vez que decorre um processo de inquérito e averiguações pela Polícia Judiciária e o conselho de administração do HDES “enviou um requerimento ao juiz de instrução criminal a solicitar a junção aos autos deste relatório”.

“Aguardamos uma decisão do juiz de instrução criminal, pelo que o teor do relatório será trabalhado como informação reservada até haver uma pronúncia do juiz de instrução criminal”, afirmou.

A governante revelou, ainda assim, que o relatório concluiu que a origem do incêndio esteve “nas baterias dos condensadores”.

“É uma falha de equipamento e atendendo à especificidade daquele material poderá acontecer. Essas baterias eram vistoriadas de forma regular. Portanto, temos de perceber ainda melhor o que aconteceu, mas é essa fundamentação técnica detalhada que contamos que nos seja entregue no segundo relatório”, apontou, acrescentando que ainda não há um prazo para que esse documento esteja concluído.

Sem revelar qual foi a sugestão dada ao executivo açoriano no relatório, Mónica Seidi disse que era uma medida que “o Governo Regional já pensaria adotar”.

“Há medidas que ao longo destes quase dois meses foram sendo implementadas. Contudo, e por forma a cumprir a decisão do conselho de administração de solicitar o requerimento ao juiz de instrução criminal, enquanto não houver uma pronúncia do próprio juiz não compete a mim estar a falar de forma mais pormenorizada do referido relatório”, salientou.

A governante adiantou, contudo, que “todos os quadros elétricos do hospital já foram à data de hoje inspecionados, ao nível do risco de incêndio”.

“Qualquer edifício em que haja sistemas elétricos tem naturalmente um risco de incêndio acrescido. No caso do hospital, como tinha, por exemplo, um posto de transformação único, tem neste momento três postos de transformação, que estão com uma localização exterior e isso por si só reduz o risco associado”, acrescentou.

A titular da pasta da Saúde referiu ainda que, “durante esta semana”, o grupo de trabalho criado para avaliar os danos do incêndio no HDES “submeterá à Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores o primeiro relatório preliminar produzido neste âmbito, após três reuniões que já aconteceram desde 31 de maio”.

Últimas do País

O vento continua a condicionar hoje o movimento no Aeroporto Internacional da Madeira – Cristiano Ronaldo e nenhum avião conseguiu aterrar ou descolar, segundo a ANA- Aeroportos de Portugal.
O presidente do Governo da Madeira disse que já tinha combinado na sexta-feira com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, o envio de meios da Proteção Civil do continente para a região.
Familiares do preso político luso-venezuelano Williams Dávila, atualmente num hospital local, pediram ao Governo da Venezuela para não o enviar de novo para a cadeia, advertindo que estariam a condená-lo à morte.
A Madeira vai receber 80 elementos da Força Especial dos Bombeiros, que chegarão à região na próximas horas para ajudar no combate ao incêndio rural iniciado na quarta-feira e com várias frentes ativas, anunciou hoje o Governo Regional.
A Polícia Judiciária está a investigar as causas do incêndio que deflagrou na sexta-feira à tarde na zona industrial do Prior Velho e destruiu mais 200 viaturas, tendo as operações de rescaldo terminado pelas 02:00 desta madrugada.
A PSP recebeu, em menos de 10 anos, quase 3.000 denúncias relacionadas com abandono de animais de companhia e identificou mais de 1.200 suspeitos pelo mesmo crime, divulgou hoje, Dia Internacional do Animal Abandonado, esta polícia.
Cerca de 50 famílias estão hoje a receber apoio clínico, social e psicológico no Curral das Freiras, na Madeira, depois de esta noite terem sido retiradas das suas habitações devido ao incêndio que atinge a freguesia, indicou o Governo Regional.
Nove hospitais têm hoje 11 serviços de urgência encerrados, nas áreas de Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, segundo as Escalas de Urgência do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Grande parte do interior Norte e Centro do país continuam hoje em risco máximo de incêndio, assim como os municípios algarvios de Monchique, Silves, Loulé, São Brás de Alportel e Tavira, indicou o IPMA.
Quase 5.900 doentes foram internados em casa no primeiro semestre do ano, mais 19,5% comparativamente ao mesmo período do ano passado, permitindo reduzir a demora média de internamento e aliviar os hospitais em 54.135 dias de internamento.